MOVIMENTOS REPETITIVOS E SEUS REFLEXOS.
SUGESTÕES PARA TRATAMENTOS.

 

Alongamento

Alongamento é um tipo de exercício físico orientado para a manutenção ou melhora da flexibilidade. Praticá-lo é comum em atividades físicas esportivas como ginástica e corrida, atividades não esportivas como a Yoga e o balé, e em reabilitação como a fisioterapia. Os exercícios de alongamento devem ser realizados preferencialmente após um aquecimento, como corrida leve ou exercícios calistênicos, pois a temperatura muscular geral ou específica afeta a flexibilidade.

Alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade muscular, que promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu comprimento. O principal efeito é o aumento da flexibilidade.

Quanto mais alongado um músculo, maior será a movimentação da articulação comandada por ele e, portanto, maior a flexibilidade, o que o torna uma prática fundamental para o bom funcionamento do corpo, proporcionando maior agilidade de elasticidade e prevenir lesões.

Essencial para o aquecimento e relaxamento dos músculos, deve ser uma atividade incorporada ao exercício físico, mas também pode ser praticado sozinho. Qualquer pessoa pode aprender a fazer alongamentos, independentemente da idade e da flexibilidade.

Mesmo quem apresenta algum problema específico pode fazer alongamentos, mas com menos intensidade. Quando feitos de maneira adequada, os alongamentos trazem os seguintes benefícios: reduzem as tensões musculares; relaxam o corpo; proporcionam maior consciência corporal; deixam os movimentos mais soltos e leves; previnem lesões; preparam o corpo para atividades físicas, e ativam a circulação.

A respiração é considerada fundamental, pois quando se respira profundamente, aumenta-se o relaxamento muscular. É a respiração que dá o ritmo ao exercício e por isso deve ser lenta e profunda.

Como Se Alongar

Fazendo alongamentos básicos para ganhar mais flexibilidade
Alongando o corpo inteiro
Alongando as pernas

 

 Lesão por esforço repetitivo

 Lesão por Esforço Repetitivo, ou L.E.R, são lesões nos sistemas músculo-esquelético e nervoso causadas por tarefas repetitivas, esforços vigorosos, vibrações, compressão mecânica (pressionando contra superfícies duras)ou posições desagradáveis por longos períodos. É um tipo de Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (D.O.R.T). É ilegal demitir um trabalhador por causa da L.E.R, assim como de qualquer outra doença ocupacional relacionada ao trabalho

 DEFINIÇÃO

Consiste em uma síndrome de dor com queixa de grande incapacidade funcional, causada primariamente por tarefas que desenvolvem movimentos locais repetitivos ou posturas forçadas. Também é conhecido por L.T.C (Lesão por Trauma Cumulativo) e por D.O.R.T (Distúrbio muscular Relacionado ao Trabalho). Contudo, como o nome L.E.R se tornou comum e até popular, esta é a denominação adotada no Brasil, e representa exatamente do que se trata a doença, pois relaciona sempre tais manifestações com certas atividades no trabalho. O diagnóstico diferencial pode incluir as tendinites e tenossinovites primarias a outros fatos, como reumatismo, esclerose sistêmica, gota, traumática, osteoartrite, diabetes, mixedema etc., uma vez que estas também representam frequentes lesões causadas por esforços repetitivos. As lesões inflamatórias causadas por esforços repetitivos já eram conhecidas desde a antiguidade sob outros nomes, como por exemplo, na Idade velha, a “Doença dos Quibes”, que nada mais era do que uma tenossinovite, praticamente desaparecendo com a invenção da imprensa. Já em 1891, De Quervain descrevia o “Entorse das Lavadeiras”.

 Classificação

As classificações mais usuais são feitas conforme a evolução e o prognóstico, classificando a “DORT” baseando apenas em sinais e sintomas.

Fases
  • Fase 1 – Apenas dores mal definidas e subjetivas, melhorando com repouso.
  • Fase 2 – Dor regredindo com repouso, apresentando poucos sinais objetivos.
  • Fase 3 – Exuberância de sinais objetivos, e não desaparecendo com repouso.
  • Fase 4 – Estado doloroso intenso com incapacidade funcional (não necessariamente permanente).
Estágios
  • Estágio 1 – Dor e cansaço nos membros superiores durante o turno de trabalho, com melhora nos fins de semana, sem alterações no exame físico e com desempenho normal.
  • Estágio 2 – Dores recorrentes, sensação de cansaço persistente e distúrbio do sono, com incapacidade para o trabalho repetitivo.
  • Estágio 3 – Sensação de dor, fadiga e fraqueza persistentes, mesmo com repouso. Distúrbios do sono e presença de sinais objetivos ao exame físico.
Graus

Dennet e Fry, em 1988, classificaram a doença, de acordo com a localização e fatores agravantes:

Grau 1 – Dor localizada em uma região, durante a realização da atividade causadora da síndrome. Sensação de peso e desconforto no membro afetado. Dor espontânea localizada nos membros superiores ou cintura escapular, às vezes com pontadas que aparecem em caráter ocasional durante a jornada de trabalho e não interferem na produtividade. Não há uma irradiação nítida. Melhora com o repouso. É em geral leve e fugaz, e os sinais clínicos estão ausentes. A dor pode se manifestar durante o exame clínico, quando comprimida a massa muscular envolvida. Tem bom prognóstico.

Grau 2 – Dor em vários locais durante a realização da atividade causadora da síndrome. A dor é mais persistente e intensa e aparece durante a jornada de trabalho de modo intermitente. É tolerável e permite o desempenho da atividade profissional, mas já com reconhecida redução da produtividade nos períodos de exacerbação. A dor torna-se mais localizada e pode estar acompanhada de formigamento e calor, além de leves distúrbios de sensibilidade. Pode haver uma irradiação definida. A recuperação é mais demorada mesmo com o repouso e a dor pode aparecer, ocasionalmente, quando fora do trabalho durante outras atividades. Os sinais, de modo geral, continuam ausentes. Pode ser observado, por vezes, pequena nodulação acompanhando bainha de tendões envolvidos. A palpação da massa muscular pode revelar hipertonia e dolorimento. Prognóstico favorável.

Grau 3 – Dor desencadeada em outras atividades da mão e sensibilidade das estruturas; pode aparecer dor em repouso ou perda de função muscular; a dor torna-se mais persistente, é mais forte e tem irradiação mais definida. O repouso em geral só atenua a intensidade da dor, nem sempre fazendo-a desaparecer por completo, persistindo o dolorimento. Há frequentes paroxismos dolorosos mesmo fora do trabalho, especialmente à noite. É frequente a perda de força muscular e parestesias. Há sensível queda da produtividade, quando não impossibilidade de executar a função. Os sinais clínicos estão presentes, sendo o edema frequente e recorrente; a hipertonia muscular é constante, as alterações de sensibilidade estão quase sempre presentes, especialmente nos paroxismos dolorosos e acompanhadas de manifestações como palidez, hiperemia e sudorese das mãos. A mobilização ou palpação do grupo muscular acometido provoca dor forte. Nos quadros com comprometimento neurológico compressivo a eletromiografia pode estar alterada. Nessa etapa o retorno à atividade produtiva é problemático.

Grau 4 – Dor presente em qualquer movimento da mão, dor após atividade com um mínimo de movimento, dor em repouso e à noite, aumento da sensibilidade, perda de função motora. Dor intensa, contínua, por vezes insuportável, levando o paciente a intenso sofrimento. Os movimentos acentuam consideravelmente a dor, que em geral se estende a todo o membro afetado. Os paroxismos de dor ocorrem mesmo quando o membro está imobilizado. A perda de força e a perda de controle dos movimentos se fazem constantes. O edema é persistente e podem aparecer deformidades, provavelmente por processos fibróticos, reduzindo também o retorno linfático. As atrofias, principalmente dos dedos, são comuns. A capacidade de trabalho é anulada e os atos da vida diária são também altamente prejudicados. Nesse estágio são comuns as alterações psicológicas com quadros de depressão, ansiedade e angústia.

 Prevalência

Dentre as L.E.R/D.O.R.T mais comuns, com cerca de 30% dos casos, e seus respectivos números de casos no Brasil em 1997 estão:

  • Sinovite e tenossinovite com 12.258 casos
  • Convalescença pós-cirurgia com 6.149 casos
  • Ferimentos de dedos da mão, sem menção de complicação, com 5.754 casos
  • Fratura de falanges com 5.252 casos
  • Ferimento de dedos da mão, com complicações com 3.776 casos
  • Lumbago 3.060 com casos

Em 1997 foram registrados 36.648 casos, o que representa entre 50 a 60% dos casos de doenças ocupacionais no país, média similar a de países desenvolvidos como Canadá e Dinamarca. Os trabalhadores são na maioria jovens e mulheres com nível fundamental ou médio.

E os setores com mais casos de LER são:

  • Bancário
  • Comércio
  • Processamento de dados
  • Têxtil
  • Confecção
  • Químico
  • Plástico
  • Serviços
  • Telecomunicações
Tratamento

Existem centenas de causas para L.E.R e portanto centenas de tratamentos diferentes, mas geralmente o tratamento a prescrição do médico ocupacional que diagnosticou a L.E.R/D.O.R.T é imobilizar a área traumatizada, descansar por algum tempo sem fazer esforço na região, uso oral ou tópico de anti-inflamatórios e analgésicos e sessões com um fisiologista de reabilitação e treino de técnicas menos estressante para o corpo na atividade exercida. É obrigação da empresa providenciar equipamentos ou tempo livre para evitar doenças ocupacionais recorrentes.

 
HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE LER
(Lesão por Esforços Repetitivos)

Nos tempos mais recentes, a atribuição de sintomas músculo-esqueléticos a determinado trabalho começou no Japão em 1958, em perfuradores de cartões, cujas queixas dolorosas regionais começaram a ser rotuladas inicialmente de tenossinovite e posteriormente de síndrome cervicobraquial, refletindo uma atenção maior às queixas cervicais, também presentes. A partir de 1973 estes sintomas passaram a serem denominados “distúrbio cervicobraquial ocupacional”, sendo introduzido neste termo uma conotação causal.

Na década de 80 ocorreu na Austrália uma epidemia de sintomas dolorosos na região cervicobraquial, que em alguns locais chegou a atingir 80% dos trabalhadores5. Estes sintomas passaram a ser denominados “repetitive strain injury” (“RSI”), que era um termo até então utilizado na literatura ortopédica para descrever lesões apresentadas por corredores de longa distância. Lesão por esforços repetitivos (LER) é a tradução de “repetitive strain injury”. Esta nova denominação presume a presença de uma lesão e o mecanismo pelo qual ela ocorre.

Recentemente, ensaia-se o uso do termo “distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho” (DORT). Este é muito abrangente, dispensa a relação causal, não exige qualquer explicação quanto ao mecanismo de acometimento, sendo suficiente a relação com trabalho.

Um grande evento na história da LER ocorreu em 1986 quando após reunião de consenso, o National Institute of Occupational Safety and Health (NIOSH), nos Estados Unidos, emitiu a seguinte declaração: “Quando as exigências do trabalho …repetidamente excedem a capacidade biomecânica do trabalhador, as atividades tornam-se indutoras de trauma. Portanto, traumatógenos são as fontes de lesões no local de trabalho que afetam o sistema músculo-esqueléticos”. Com esta declaração o “distúrbio por traumas repetitivos” (“DTR”), tradução de “cumulative trauma disorder” (“CTD”), termo mais utilizado nos Estados Unidos, foi colocado na lista das preocupações nacionais. Funcionários de sindicatos e da segurança do trabalho, bem como a mídia, foram ágeis em avisar seus membros e o público em geral dos perigos potenciais do “DTR”. O impacto econômico nas empresas foi dramático. Os prêmios dos seguros, nos Estados Unidos, que antes representavam 1 a 5% das folhas de pagamento, em alguns casos atingiram 30%, afetando a competitividade das empresas.

No Brasil, o conceito ergonômico foi rapidamente absorvido. Foi oficializado através da Portaria 40062/1987 e das “Normas Técnicas para a Perícia Médica do INSS” (NTPMINSS) de 1991, revistas em 1993 e recentemente em agosto de 19987. Na elaboração das normas participaram sindicatos, empregadores, órgãos de classe, Ministérios do Trabalho, da Previdência Social e da Saúde, não sendo, portanto, normas puramente técnicas.

As NTPMINSS destacam várias patologias reumáticas, ortopédicas e neurológicas que acometem os tecidos moles dos membros superiores e passam ao largo do grande grupo de pacientes sem sinais físicos que suportem as queixas dolorosas. As NTPMINSS dão a impressão de que as queixas dolorosas são geralmente consequências de diversas patologias, para as quais estabelece critérios diagnósticos muito liberais. Relaciona as queixas e patologias ao trabalho e ignoram a ocorrência delas na população em geral. Estabelecem que a queixa de dor isolada, sem sinais clínicos de lesão, pode ser suficiente para o diagnóstico de LER, com todos os desdobramentos médicos e de benefícios sociais, desde que tenham um nexo com a atividade laboral. LER é definida como toda dor regional ocorrendo no trabalhador em uma atividade de risco. Os fatores do trabalho que podem provocar LER são abrangentes e universais: posturas inadequadas, carga estática, carga músculo-esquelética, pressões locais sobre os tecidos, invariabilidade das tarefas, exigências cognitivas, fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho, grau de adequação do posto de trabalho, zona de atenção e visão, frio e vibrações. Estes fatores podem ocorrer isoladamente ou em combinações. São considerados fatores de risco porque causam LER. A definição oficial de LER, que está colocada no plural é, pois, baseada em um raciocínio circular. As NTPMINSS abrem caminho para qualquer trabalhador com sintomas dolorosos regionais habilitar-se a um benefício.

O número de pessoas com queixas atribuídas a traumas repetitivos tem aumentado em todo o mundo. As causas deste aumento são a disseminação do diagnóstico LER por uma mídia ávida por novidades médicas e interesses dos setores beneficiados, além da própria expansão e liberalidade do conceito. É difícil de acreditar que o aumento seja devido a piores condições de trabalho.

CAUSAS DOS SINTOMAS DOLOROSOS

O termo LER produz a impressão de que os fatos são inequívocos e o diagnóstico muito claro. Na realidade, o termo é enganoso e o conceito de que esforços repetitivos provoquem lesões, que seriam responsáveis pelos sintomas, é polêmico. Não há acordo a respeito da causa dos sintomas, a patologia não foi inequivocamente demonstrada e a literatura é falha e criticável. As características clínicas são confusas e inespecíficas e não há método diagnóstico útil.

Há duas correntes de opiniões opostas sobre a causa dos sintomas dolorosos. A corrente de ergonomistas, lideradas por Armstrong e Silverstein, acredita que os sintomas são devidos a lesões verdadeiras, embora não ainda demonstradas, causadas por força, repetição, posturas anormais e vibrações. A outra corrente é liderada por Hadler nos Estados Unidos e por Ireland na Austrália e atribui os sintomas a fatores psicossociais e políticos.

Devido à ausência de alterações patológicas convincentes nas regiões dolorosas, os defensores do conceito ergonômico da LER têm atribuído a persistência dos sintomas dolorosos a distúrbios dos mecanismos de percepção e interpretação da dor localizados no corno posterior da medula e nos centros encefálicos. Na verdade, isto equivale dizer que o mecanismo de persistência da dor é psicológico.

Alguns autores acham que a LER é um fenômeno social. Shorter iguala a epidemia de diagnóstico de LER a modismos diagnósticos de outras eras como “apendicite” no fim do século passado (desapareceu quando os cirurgiões passaram a operar alguns casos), “colite”, “hipoglicemia”, “brucelose”. Ele atribui os sintomas a uma cultura e a uma mídia que encorajam as pessoas a considerar sintomas vagos e inespecíficos como evidência de doença real e a procurarem a ajuda de especialistas. A escolha (inconsciente) de sintomas sensitivos deve-se a serem eles difíceis de ser desmentidos pelos médicos. Até o carácter litigante da LER tem paralelo na história na figura da “síndrome das ferrovias” em que pessoas envolvidas em acidentes ferroviários e que não sofriam lesões graves desenvolviam sintomas dolorosos e mentais altamente incapacitantes, para os quais exigiam indenizações, com frequência vultuosas.

A maioria dos autores nacionais defende o conceito ergonômico das LER, reconhecendo que elas (seguem o conceito de que são várias as LER) não podem ser explicadas pela metodologia médica ortodoxa. Atribuem a epidemia às relações e métodos de trabalho, sendo o trabalhador visto não como uma pessoa que trabalha para adquirir seu sustento mas como uma vítima do sistema. Os autores descrevem várias patologias reumáticas, ortopédicas e neurológicas, transmitindo a impressão de que elas ocorrem com frequência nos pacientes com as queixas dolorosas e, como nas NTPMINSS, ignoram os aspectos psicológicos e psicossociais como causa, preferindo colocá-los como consequência. O diagnóstico é feito a partir do trabalho, não a partir do paciente.

 AVALIAÇÃO CLÍNICA DOS DISTÚRBIOS DOLOROSOS RELACIONADOS AO TRABALHO

Os trabalhadores com queixas dolorosas devem ser avaliados pelo método clínico tradicional, no qual as atividades físicas, seja do trabalho ou do lazer, devem fazer parte da anamnese. O médico deve estar atento para os aspectos psicológicos que podem influenciar a percepção de dor. A dor que uma pessoa sente não é devida somente à lesão. Dor, de acordo com a definição da International Association for the Study of Pain, é uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada com uma lesão atual ou potencial de um tecido. A dor é sempre subjetiva. Cada indivíduo aprende através da experiência o que isto significa realmente e quais ganhos secundários podem ser gerados. A dor, portanto, tem dois componentes: um físico, que pode ser real ou potencial (o paciente supõe que um evento pode ser fonte de dor) e um emocional, psíquico. A falha em identificar os aspectos psicossociais, aqui incluídos benefícios como afastamento do trabalho e indenizações, pode deixar o médico perplexo com os fracassos dos tratamentos e intervenções.

Os pacientes, de modo geral, não fornecem informações sobre o estado psicológico espontaneamente, devendo estas informações ser procuradas por iniciativa do médico. A maioria dos trabalhadores com queixas dolorosas não apresenta alterações físicas detectáveis pelos diversos métodos diagnósticos.

Exceto pela cronicidade, os sintomas da denominada LER ocorrem com frequência na população em geral. Sintomas músculo-esqueléticos, como dor e fadiga, caracterizados por desconforto com o uso da região acometida, até mesmo com alguma restrição da amplitude de movimentos, são comuns em pessoas normais, independentemente do tipo de atividade, ocorrendo em donas-de-casa, atletas, estudantes, trabalhadores sedentários, embaladores de material13,26. Em um estudo epidemiológico, 36,7% das pessoas relataram ter sofrido dor articular, 31,5% dor lombar e 24,3% dor na perna. A imensa maioria das pessoas tolera, suporta e supera estes problemas, considerando-os fatos da vida e os sintomas desaparecem espontaneamente.

A conduta de investigações excessivas e desnecessárias e a falha em tranquilizar o paciente quanto à natureza benigna dos sintomas, pode alarmar o paciente, reforçar a convicção da existência de uma doença e perpetuar um comportamento de doente.

A supervalorização de sintomas comuns pelo médico, combinada ao excesso de intervenções é um fenômeno conhecido como medicalização. Esta pode contribuir significativamente para a amplificação e perpetuação do problema inicialmente simples. Mesmo intervenções aparentemente inofensivas, como o repouso, podem ter implicações importantes no modo como as pessoas percebem a doença. A informação dada aos trabalhadores de que sintomas dolorosos relacionados a certas atividades são o prenúncio de uma lesão grave, progressiva e irreversível, além de falsa, tem potencial iatrogênico elevado, sendo um desserviço gigante ao paciente. Esta informação terá grande impacto nas pessoas somatizadoras e nas impressionáveis. Ela agrada plenamente aos que pretendem conseguir privilégios e benefícios.

A informação de que há uma catástrofe à frente caso não sejam tomadas medidas imediatas dificulta a recuperação, que ocorre em razão de adaptação, tolerância a certo grau de desconforto e dor. A pessoa só se sentirá protegida na ausência de qualquer sintoma, o que nem sempre será possível. Assim inicia-se o processo de incapacidade, que pode atingir um estágio irreversível. Neste processo, o paciente tende a ampliar as queixas para convencer a si próprio e a quem o examina e concede o benefício, pois quanto mais lesão e quanto maior o tempo de incapacidade maiores são as chances de se obter os benefícios máximos.

Frequentemente os trabalhadores envolvem-se em litígio, processo emocionalmente carregado e que pode ter consequências psicológicas dolorosas. Nos casos litigiosos, a possibilidade de incapacidade permanente é grande, pois o trabalhador passa a ser interessado na permanência dos sintomas, geralmente sob o incentivo e orientação de um advogado, sindicato ou colegas. Mesmo quando o caso é finalmente encerrado, os sintomas dolorosos podem persistir devido ao medo de que a cura possa ser interpretada como prova de que tudo não passou de uma fraude, tanto na perspectiva do paciente quanto das pessoas do seu meio social. A possibilidade de uma revisão médica no futuro com possível retirada do benefício também funciona como mecanismo de cronificação dos sintomas.

Os trabalhadores com queixas dolorosas crônicas sem patologia demonstrável respondem mal, de modo geral, às intervenções médicas, ao contrário daqueles com patologia, sendo uma indicação de que o problema não é de natureza física. A perspectiva de uma aposentadoria ou indenização tem efeito negativo sobre recuperação, desencorajando os trabalhadores a retornarem ao trabalho após uma lesão, reforçando os sintomas.

 PROPOSTAS PARA O ABANDONO DO CONCEITO DE LER

Autores e entidades médicas vêm propondo o abandono do conceito de LER por falta de suporte científico e pelo seu caráter iatrogênico. Hadler acha que LER não é um evento clínico mas um fenômeno social, igualando LER a vários diagnósticos populares que recebem suporte da mídia para suas autenticidades, e que têm como finalidade evitar que os médicos designem certos sintomas como e origem psíquica.

Wright36 considera LER “uma má idéia, que é melhor ser esquecida” e Bell, após análise da literatura, concluiu que LER caracteriza uma epidemia de lesão simulada, causada e propagada por médicos, ergonomistas e outros profissionais de saúde e de segurança do trabalho. Devido à observação de que sindicatos, organizações do trabalho, grupos de pressão e imprensa leiga ativamente difundem o conceito de LER, Cleland38 considerou LER um exemplo de iatrogênese social.

Várias sociedades médicas têm se posicionado contra o conceito de LER. Um relatório do Comitê de Lesões Industriais da Sociedade Americana de Cirurgia de Mão conclui: …”não existe evidência suficiente na literatura médica para concluir que o trabalho é a única causa do chamado trauma cumulativo. Denominando erroneamente as queixas de um paciente, e equivocadamente relacionando-as queixas ao trabalho, é prejudicial”. Segundo o relatório de um grupo de trabalho da British Orthopaedic Association, baseado em revisão da literatura, …”A terminologia usada nos trabalhos publicados sobre lesões por esforços repetitivos é altamente insatisfatória e deve ser descartada. Nenhuma condição deve ser diagnosticada como doença industrial a menos que possa ser definida patológica e clinicamente sem ambiguidades. No momento, as evidências de causa ocupacional são inconclusivas para diagnosticar quaisquer tipos de “LER”.

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  Tendinites e Bursites

 Tendinite é a inflamação ou irritação de um tendão (parte final do músculo, como uma corda fibrosa que faz a fixação dos músculos aos ossos). Eles servem para transmitir a força de contração muscular necessária para mover um osso. As tendinites, dependendo dos locais de incidência, podem ser classificadas em diferentes sub-tipos:

  1. Entesite – tendinite de inserção
    2. Tenossinovite – inflamação da bainha sinovial tendinea
    3. Peritendinite – inflamação da junção músculo-tendínea
    4. Tendinite Ossificante – cronificação da inflamação com depósito de cristal de hidroxiapatita.

A Bursite é a inflamação ou irritação de uma “bursa”. Esta é uma pequena bolsa localizada entre o osso e outras estruturas móveis, como músculos, pele, ou tendões. Ela permite e facilita um melhor deslizamento entre as estruturas. Desde que os tendões e as “bursas” estão localizados próximas articulações, qualquer processo inflamatório nestes tecidos moles será percebido frequentemente por pacientes como dor na articulação e, equivocadamente como artrite. Os sintomas são semelhantes:

* Dor e rigidez, agravadas por movimento.
* Dor principalmente noturna.
* Inchação local pode acontecer.

Qualquer tendão ou “bursa” no corpo humano pode ser afetado, mas aqueles localizados nos ombros, cotovelos, punhos, dedos, quadris, joelhos, tornozelos e pés, são os mais frequentes. Tendinites e bursites são condições normalmente temporárias, mas podem se tornar crônicas e, ao contrário da artrite, elas não causam deformidade.

A causa mais comum de tendinites é o trauma local ou “overuse” (excesso durante trabalho ou jogo), particularmente se o paciente tem um mau condicionamento físico, má postura, ou usa o membro afetado em uma posição forçada e desajeitada.

A bursite pode surgir de trauma único de forte intensidade ou de micro-traumas repetitivos, mas também pode estar associada à varias condições reumáticas, metabólicas, infecciosas, e mesmo sem causa específica, considerada idiopática Os problemas de ordem musculoesquelética são comuns para pessoas de todas as idades, sendo uma das grandes causas de afastamento do trabalho.

O diagnóstico de uma tendinite e/ou uma bursite requer uma história médica cuidadosa e principalmente um exame físico bem feito. Somente assim podemos avaliar a real condição do paciente e planejar um tratamento específico

Radiografias podem ser úteis para excluir anormalidades ósseas. Deve ser salientado que tendões e bursas não são visíveis em radiografias, no entanto o uso da ultra-sonografia e, mais recentemente da ressonância nuclear magnética trouxeram um auxílio extremamente importante na definição do local e grau da lesão Aspiração com agulha do local pode ser necessária para excluir infecção (artrite séptica), ou mesmo gôta.

Exames laboratoriais podem ajudar em caso de alguma outra doença de base, como por exemplo, Artrite Reumatoide ou Diabetes, mas normalmente, não são necessários para diagnosticar a maioria dos casos. O tratamento destas duas condições está baseado na causa em si.

O objetivo inicial do tratamento é diminuir e, se possível, inibir a dor. Para isto o repouso articular é base principal, conseguido através do afastamento do fator causal e de atividades que possam levar ao agravamento da lesão.

Um adequado aquecimento prévio e cuidar da postura é fundamental. O uso de “splints” (talas de plástico) na área afetada como imobilização, calor úmido, e outras modalidades de terapia física ajudam na melhoria da dor aguda.

Analgésicos simples, ou opioides podem ser empregados, mas regularmente o uso de anti-inflamatórios não hormonais são os mais utilizados. Em casos acentuados, curtos períodos de uso de corticosteróides podem ser necessários ou mesmo a infiltração intra-articular tem sua indicação.

A reabilitação física deve ser feita com o objetivo de tirar a dor, mas, sobretudo ela é utilizada como recuperação de amplitude de movimentos e prevenção de recidivas através de exercícios específicos e orientados por profissionais capacitados. Se uma infecção está presente, um antibiótico é necessário. A intervenção cirúrgica de tendinites ou bursites é infrequente.

Uma vez controlado o ataque agudo, deve ser iniciado o trabalho de prevenção e/ou correção dos fatores causais. Melhora da ergonomia, da qualidade muscular, e principalmente, da autoestima, são fundamentais no sentido de prevenir novas lesões e/ou recorrências das antigas.

 Tendinites e tendinoses

Os tendões são estruturas de tecido conjuntivo que unem um músculo a um osso, transmitindo a força gerada pelo músculo à estrutura óssea.  No desporto, os tendões podem sofrer diversos tipos de lesões, como as roturas traumáticas, traumatismos indiretos relacionados com a vascularização, doença inflamatória associada e idade ou lesões micro-traumáticas de sobrecarga.

De fato, as tendinopatias são muito comuns e são das lesões mais relatadas tanto em ambiente de trabalho como no desporto. Nos últimos 20 anos, a atividade desportiva tem aumentado nas sociedades modernas e as exigências no desporto profissional são crescentes, com treinos mais intensos e frequentes e, portanto, com maior risco de lesões por excesso de uso.

De igual modo, nos desportos amadores, existem muito mais participantes, que tendem a começar a treinar mais novos, e mais mulheres. Em muitos casos, o equipamento não é o mais adequado e não existe um acompanhamento profissional, daí resultando um risco mais elevado de desenvolvimento de uma tendinopatia.

Cada desporto e cada atividade tenderão a afetar uns tendões mais do que outros. Há poucos anos, o termo “tendinite” era amplamente utilizado para descrever a dor localizada num tendão. De facto, a tendinopatia traduz-se pela presença de dor, sensibilidade ao toque, inchaço e limitação dos movimentos na região afetada.

O termo “tendinose” tem sido utilizado para descrever uma alteração degenerativa de um tendão sem sinais inflamatórios.A distinção entre tendinite e tendinose é difícil, porque os sintomas são muito semelhantes, mas é importante de modo a que o tratamento possa ser o mais apropriado.

Embora se associe a tendinite a um processo doloroso com sensação de ardor na área afetada, perda de força e flexibilidade, esses sintomas são muitas vezes causadas por uma tendinose. Uma tendinite é a inflamação de um tendão e resulta da ocorrência de micro-roturas sempre que o músculo e tendão respectivo são submetidos a cargas muito intensas e aplicadas de um modo súbito.

Uma tendinose é um processo degenerativo do colagéneo de um tendão como resposta a um excesso de uso crônico. Quando esse excesso de uso é mantido sem que o tendão tenha tempo para repousar e cicatrizar, ocorre tendinose. Mesmo movimentos de pequena amplitude, como clicar o rato do computador, podem causar tendinose, desde que executados de um modo repetido.

Muitas vezes, uma lesão de um tendão apresenta na fase inicial um componente de inflamação ao qual se segue o processo de degeneração. Como tal, as duas entidades podem, em alguns casos, estar interligadas. A tendinose pode resultar de longas horas de atividades, como o desporto, uso de computadores ou instrumentos musicais ou outras atividades manuais.

Existem diversos fatores de risco para a ocorrência de lesões dos tendões, como as deficiências de alinhamento, as diferenças de comprimentos dos membros, os desequilíbrios musculares, a hiper-mobilidade ou a rigidez muscular, os erros no treino, tanto na intensidade como na técnica, a fadiga, o piso e o tipo de calçado e de equipamento.O uso de antibióticos da família das quinolonas aumenta o risco de lesões dos tendões.

A confusão entre as duas entidades é comum e muitas lesões descritas como tendinites são, na realidade, tendinoses. Por exemplo, “o cotovelo de tenista”, tradicionalmente descrito como uma tendinite, apresenta características que permitem classificá-lo como uma tendinose.

A distinção entre os dois quadros é possível mediante recurso à ecografia ou à ressonância magnética, que permitem demonstrar a solução de continuidade no colagéneo dos tendões, no caso das tendinoses. Contudo, de um modo geral, estas lesões são diagnosticadas com base nos elementos de natureza clínica. O quadro seguinte ilustra as principais diferenças entre as duas entidades.

Como se referiu, a principal razão para distinguir as duas entidades é a definição da estratégia terapêutica. Enquanto para a tendinite o tratamento visa reduzir a inflamação, esta não está presente na tendinose. Aqui, os tratamentos que visam controlar a inflamação estão contra indicados, por retardarem a reparação do colagéneo.

O tempo de recuperação para a tendinite é de alguns dias a 6 semanas, dependendo se o tratamento é iniciado numa fase precoce ou avançada. Para a tendinose, o tratamento iniciado numa fase inicial permite uma recuperação em 6 a 10 semanas. Na fase crônica, o tratamento pode durar 3 a 9 meses.

Alguns estudos sugerem que os tendões demoram cerca de 100 dias para produzirem novo colagéneo e, por esse facto, tratamento mais curtos não serão eficazes. O tratamento das tendinoses inclui o repouso, um ajustamento na postura no local de trabalho e no desporto, uso de suporte apropriado para o tendão afetado, manutenção da execução de movimentos com o músculo envolvido associados a alongamentos para impedir a retração muscular e estimular a cicatrização, uso de gelo durante períodos de 15-20 minutos várias vezes por dia com intervalos de, pelo menos, 45 minutos, exercícios de alongamentos realizados lentamente, estimulando a produção de colagéneo e sessões de massagens para estimular a circulação e a atividade celular.

Uma correta nutrição, incluindo vitamina C, magnésio e zinco, é importante para a produção de colagéneo. A vitamina B6 e a vitamina E também contribuem para a saúde dos tendões. Os medicamentos anti-inflamatórios e as injeções de corticoides podem acelerar o processo degenerativo e tornar o tendão mais susceptível a novas lesões, com risco mais elevado de rotura e, como tal, não devem ser utilizados no tratamento das tendinoses.

A cirurgia deve ser utilizada em último recurso, para a remoção de tecido afetado no caso das tendinoses. Contudo, ela não estimula a síntese de colagéneo e a sua taxa de sucesso varia entre 75% e 85%. Embora seja pouco provável que as lesões associadas à tendinose regridam por completo, estes tratamentos melhoram a força do tendão e interrompem o ciclo de lesão, permitindo a introdução de colagéneo saudável na área afetada e melhorando a circulação.

Por outro lado, este tratamento reduz a dor, aumenta a amplitude dos movimentos e permite o retorno às atividades diárias. Uma vez que a tendinose provoca alterações nos tecidos que os tornam mais susceptíveis a novas lesões, é importante manter uma atenção especial sobre o tendão afetado mesmo após o tratamento estar concluído. As massagens, alongamentos e um correto aquecimento antes de um treino, são exemplos de estratégias úteis para a prevenção de novas lesões e para a manutenção dos tecidos saudáveis.

Varize: sintomas, tratamentos e causas

O que é Varize?

Sinônimos: vasinhos

Varizes são veias com tortuosas, dilatadas e insuficientes. Qualquer veia pode ficar varicosa, mas é mais comum as varizes afetarem as pernas e pés – isso porque ficar em pé parado ou assentado por longos períodos aumenta a pressão nas veias da parte inferior do corpo.

Para muitas pessoas, as varizes e vasinhos (uma variação mais leve de varizes) são uma preocupação puramente estética. Para outras pessoas, varizes podem causar dor, desconforto e até mesmo problemas mais graves, como aumentar o risco de doenças circulatórias. O tratamento pode envolver medidas de autocuidado ou procedimentos para fechar ou remover as veias.

Causas

Varizes são veias dilatadas que geralmente ocorrem na parte mais superficial da pele. A causa mais comum de varizes é a influência genética, uma vez que existe forte predisposição familiar. Pode-se herdar veias mais frágeis que com a idade e fatores de risco predispõem ao aparecimento das varizes.

Menos comumente, as varizes podem ser um sinal de um problema mais grave que pode, por vezes, precisar de tratamento. Estes problemas graves podem incluir:

  • Coágulos de sangue ou bloqueio nas veias
  • Veias profundas danificadas
  • Vasos sanguíneos anormais (fístulas arteriovenosas)
  • Tumores (muito raramente).

Fatores de risco

Os fatores que aumentam o risco de desenvolver varizes incluem:

  • Gravidez
  • Ser do sexo feminino
  • Idade avançada
  • Excesso de peso e obesidade
  • História familiar de varizes
  • Passar muito tempo em pé
  • Condições que aumentam a pressão no abdômen, tais como doenças do fígado, líquido no abdômen ou insuficiência cardíaca
  • Fístulas arteriovenosas
  • Passado de Trombose venosa Profunda.

 Sintomas de Varize

As varizes podem não apresentar sintomas além de do aparecimento de veias tortuosas, dilatadas e azuladas logo abaixo da pele. Se você apresentar sintomas de varizes, eles podem incluir:

  • Dor, ardor, ou sensação de peso nas pernas, que podem ser mais acentuados no fim do dia
  • Leve inchaço, geralmente envolvendo apenas os pés e tornozelos
  • Coceira na pele sobre a veia varicosa.

Os sintomas mais graves de varizes são:

  • Acúmulo de líquido e inchaço na perna
  • Inchaço e panturrilha com dor significativa após ficar sentado ou em pé por muito tempo
  • Mudanças na cor da pele ao redor dos tornozelos e pernas
  • Pele seca, esticada.

Os sintomas de varizes pode se tornar mais graves alguns dias antes e durante o período menstrual.

Diagnóstico e exames

Alguns cuidados, como fazer exercícios, elevar as pernas ou usar meias de compressão, podem ajudar a aliviar a dor das varizes e impedir complicações. Mas, se os sintomas não passarem após essas medidas ou há preocupação com relação às complicações das varizes, busque ajuda médica.

Na consulta médica

Especialistas que podem diagnosticar e acompanhar varizes são:

  • Angiologista
  • Cirurgião vascular.

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

  • Quando você notou as varizes?
  • Você sente alguma dor? Caso sinta, quão grave é a dor?
  • O que, se alguma coisa, parece melhorar os sintomas?
  • Alguma coisa parece piorar os sintomas?

Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para varizes, algumas perguntas básicas incluem:

  • O que está causando os sintomas?
  • Quais são as outras causas possíveis para as varizes?
  • Quais exames são necessários?
  • Como são tratadas as varizes?
  • Quais são as alternativas para a abordagem primária que você está sugerindo?
  • Tenho outras condições de saúde. Como posso gerenciar essas condições juntas?
  • Devo fazer alguma restrição?
  • Há algum material impresso que eu possa levar para casa comigo? Quais sites você recomenda visitar?

Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

Diagnóstico de Varize

As varizes geralmente são diagnosticadas fazendo apenas uma análise da pele e aparência das veias. Durante o exame físico, o médico ou médica irá examinar suas pernas, pés ou quaisquer outras áreas afetadas. Ele ou ela vai buscar sintomas inchaço, alterações na cor da pele, úlceras e outros sinais de ruptura da pele. Para estudar o fluxo de sangue, você pode precisar mover suas pernas em posições diferentes.

Se há suspeita de varizes, após um bom exame clínico você poderá fazer um exame de ultrassom Doppler Colorido Venoso de Membros inferiores.

Tratamento e cuidados

Tratamento de Varize

Para a maioria dos casos, as varizes podem ser tratadas com medidas de autocuidado, tais como:

  • Exercício físico
  • Emagrecimento
  • Evitar o uso de roupas apertadas
  • Elevar as pernas sempre que possível
  • Evitar longos períodos em pé ou sentado.

Meias de compressão também podem ser usadas para o controle das varizes. Elas fazem uma compressão mais forte no tornozelo que vai diminuindo em direção à coxa ajudando a direcionar o retorno do sangue venoso de volta ao coração. A quantidade de compressão varia por tipo e marca. Ao comprar meias de compressão, certifique-se de que elas sirvam corretamente. Meias de compressão devem ser fortes, mas não necessariamente apertadas.

Além destas medidas básicas, pode ser que precise fazer um desses tratamentos:

  • Escleroterapia
  • Cirurgia, que são individualizadas para cada pessoa: pode-se usar a cirurgia convencional, laser, radiofrequência, espuma eco guiada ou mini cirurgia com anestesia local, de acordo com a evolução da doença. Por isto recomenda-se cuidar o mais precoce possível para que o tratamento seja o mais simples.

As varizes que se desenvolvem durante a gravidez geralmente melhoram sem tratamento médico dentro de três a 12 meses após o parto.

Como tratar varizes

Medicamentos para Varize

Os medicamentos mais usados para o tratamento de varizes são:

  • Diosmin
  • Hemovirtus
  • Hirudoid

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Convivendo (prognóstico)

Convivendo/ Prognóstico

Se você tem varizes, é possível controlar o problema e evitar complicações com medidas simples:

  • Usar meias de compressão
  • Praticar exercícios
  • Manter um peso saudável
  • Elevar as pernas
  • Evitar longos períodos sentado e de pé.

Varizes superficiais às vezes podem causar problemas leves, como hematomas ou hemorragias. Pequenos coágulos de sangue podem se formar ocasionalmente nas veias superficiais (flebite superficial). A maioria destes problemas pode ser tratado de forma segura em casa.

  • Em caso de contusão, eleve a perna e aplique gelo ou compressa fria nas primeiras duas horas após o ocorrido. Isso pode ajudar a reduzir a quantidade de sangramento sob a pele e minimizar hematomas
  • Se você arranhar ou cortar a pele sobre uma veia, pode sangrar muito. Eleve sua perna e aplique uma pressão firme com um curativo limpo sobre o local do sangramento. Continue a aplicar pressão durante 15 minutos. Se o sangramento não parou após 15 minutos, aplicar a pressão de novo durante mais 15 minutos. Você pode repetir esse procedimento até três vezes para um total de 45 minutos
  • Se você percebeu que se formou um coágulo de sangue em uma veia varicosa superficial (flebite superficial), procure ajuda médica e siga as instruções.

Complicações possíveis

Complicações das varizes incluem:

  • Ulcerações
  • Coágulos que podem levar a uma trombose venosa profunda e eventualmente embolia pulmonar e morte
  • Sangramentos
  • Pele seca, esticada, inchada e com coceira
  • Pele fina frágil, que se machuca facilmente
  • Mudanças na cor da pele ao redor dos tornozelos e pernas
  • Infecções fúngicas e bacterianas, que podem surgir a partir de problemas de pele decorrentes do acúmulo de líquidos (edema) na perna
  • Aumento do risco de infecção dos tecidos (celulite).

Prevenção

Prevenção

Não é possível evitar totalmente o aparecimento de varizes. No entanto, é possível melhorar a circulação e reduzir o risco de desenvolver complicações. As mesmas medidas que tratam o desconforto das varizes podem ajudar a prevenir o problema. Veja:

  • Praticar exercícios
  • Manter o peso saudável
  • Comer um alto teor de fibras
  • Reduzir o consumo de sal
  • Evitar saltos altos ou sapatilhas e meias apertadas
  • Elevar as pernas
  • Evitar ficar muito tempo na mesma posição.

Dica leitura

 

Fontes