COLUNA DO WILSON

A corrupção nas bandas e fanfarras

Antes de mais nada, esta não é uma matéria jornalística. Este é um artigo de opinião.

Muito se fala hoje em dia, sobretudo nas redes sociais, sobre a nossa política, que diariamente se afunda em notícias envolvendo corrupção, acordos espúrios e decisões pouco republicanas, que nos envergonham cada vez mais de sermos brasileiros.

No meio artístico – ao qual faz parte o segmento das bandas e fanfarras – a indignação parece que se acentua. Não é incomum observarmos manifestações políticas de repúdio à governantes e políticos, advindas de maestros, dirigentes de bandas, coreógrafos e demais integrantes das corporações Brasil afora. O problema é que muitas vezes isso é da boca pra fora… Dói dizer, mas não é novidade pra ninguém que a corrupção no segmento bandístico existe. E muitas vezes, de maneira totalmente descarada.

Cito aqui o exemplo de um organizador de concursos de bandas e fanfarras deste grande Brasil. Este determinado cidadão (não revelarei a fonte, tampouco as pessoas envolvidas neste verdadeiro ato flagrante de desonestidade) foi, praticamente, perseguido no WhatsApp pelos dirigentes inscritos em sua competição, todos eles com um único objetivo: pedir uma forcinha, se é que você me entende, para ganhar em suas determinadas categorias.

Ora, veja só se isto tem cabimento, amigo leitor.

Mas calma… Além de destacarmos aqui o ato desonesto e injusto com outras bandas, há de se observar um ponto bastante importante: muitas destas vezes, estes mesmos maestros, maestrinas e dirigentes, são os paladinos da Justiça em suas redes sociais, pedindo por menos corrupção no país. Fica a questão: porque, diabos, não dão o devido exemplo em suas atitudes?
Eu mesmo, enquanto maestro da desativada Fanfarra João XXIII, de Brusque (SC), já passei por uma situação deveras injusta. Viajamos por cerca seis horas, paramos em uma banda amiga para pegar instrumentos emprestados, para quê? Para sermos ROUBADOS. Digo isso com propriedade, porque tenho provas do ocorrido.

Em um determinado concurso de bandas e fanfarras, fizemos a MELHOR APRESENTAÇÃO DE NOSSA EXISTÊNCIA! Inscritos na categoria Banda de Percussão com Liras, tocamos dois belos arranjos de Asa Branca e Aquarela do Brasil. Nossa concorrente, porém, apesar de tocar duas peças musicais bem mais modestas, acabou ganhando de uma diferença assustadoramente grande da nossa corporação.

E não foi por falta de aviso: antes mesmo de entrarmos em quadra, já nos avisaram: a categoria de vocês já tem ganhador… O pessoal da concorrência tem costas quentes com a federação. Dito e feito.

Ao final, procurei saber com um dos jurados, raro exemplo de honestidade naquela ocasião, sobre a situação que havíamos passado. Eis que ele me confirma: teve influência nas planilhas (rasuradas) da tal banda concorrente. Onde quero chegar?

A casa dessa gente TEM QUE CAIR! E caberá a este que vos escreve começar a expor este tipo de situação, agora que o meio de divulgação das bandas e fanfarras parece passar por um momento promissor! Vamos em frente, acreditando em tempos melhores. Não só para as bandas e fanfarras, mas para o Brasil. Temos que, pelo menos, dificultar a vida desse pessoal que acredita que tudo pode ser conseguido com o famoso jeitinho brasileiro.

E tenho dito.

Nascido em 22 de dezembro de 1992, em Londrina, PR, Wilson Schmidt Junior passou por várias fases em sua vida. Já quis ser juiz de direito, veterinário, jogador de basquete, futebol, cineasta... Mas quando chegou na música, por ali estacionou. Está era, de fato, sua grande paixão. Em 2012, a mais bela das artes acabou se tornando um hobby para dar lugar ao jornalismo, que até hoje é o ganha pão do paranaense, praticamente criado em Brusque, SC. Amigo e parceiro do PlanetaBandas, Wilson também é dono do Casa das Fanfarras,unindo duas paixões: música e jornalismo!