Banda Marcial Lyra de Mauá é destaque no 50º Festival de Inverno de Campos do Jordão

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50º Festival de Campos de Jordão

A Banda Marcial Lyra de Mauá, conhecida pelos seus diversos títulos nacionais e a bela história de 85 anos de vida, se fez presente no último dia 21 de Julho na cidade de Campos do Jordão – SP, participando do 50º Festival de Inverno.

O PROGRAMA

A Banda Marcial Lyra de Mauá fez um repertório especial para esta apresentação única, conforme podemos acompanhar abaixo:

CORPORAÇÃO MUSICAL LYRA DE MAUÁ
MARIM MEIRA regente
MÁRCIO ARAÚJO coreógrafo

ALFRED REED | Othello
ORFF | Carmina Burana: Excertos
ARY BARROSO | Na Baixa do Sapateiro
TOM JOBIM e VINICIUS DE MORAES | Festival Brasileiro
TOM JOBIM, ASTRUD GILBERTO, TOQUINHO, VINICIUS DE MORAES, LUIZ BONFÁ, BADEN POWELL | As Bossas
ANTONIO MANOEL DO ESPÍRITO SANTO | Cisne Branco

A CORPORAÇÃO MUSICAL LYRA DE MAUÁ

Fundada em 1934, a Lyra de Mauá completa 85 anos de história em 2019. Com uma trajetória vitoriosa, acumula entre suas conquistas 18 títulos de Campeã Estadual e 16 títulos de Campeã Nacional. Muito além dos títulos, utiliza o trabalho para. O ambiente criado é propício para desenvolver nos jovens senso de responsabilidade e autoestima e para promover a integração da juventude através da arte. A música e a dança proporcionam ao ser humano a oportunidade de contato com a beleza em seu estado mais puro e nobre. Descobrir-se como um ser capaz de gerar algo belo tem sido determinante na vida das centenas de crianças que já estiveram sob nossa batuta.

CONHECENDO O FESTIVAL

Festival de Internacional de Inverno de Campos do Jordão Dr. Luís Arrobas Martins comemorou sua quinquagésima edição, crescendo em maturidade e experiência, mas sempre com um espírito de renovação. Afinal, nada melhor do que a música para expressar a vibração dos jovens instrumentistas, vindos de diversas partes do Brasil e do mundo, que se reúnem a cada novo Festival, para participar de uma intensa convivência com os professores e artistas da programação, além de interpretarem obras importantes do repertório de concerto e aperfeiçoarem-se com excelência em seu ofício.

Em sua longa trajetória, o Festival de Inverno de Campos do Jordão, reconhecido como o maior festival de música clássica da América Latina, tem levado aos espectadores obras sinfônicas, camerísticas e corais para todos os gostos e plateias, proporcionando sempre uma programação musical de qualidade nas tradicionais férias de inverno de Campos do Jordão, do interior e da capital paulista.

Para celebrar essa história, grandes atrações estão programadas, de 29 de junho a 28 de julho, nas cidades de Campos do Jordão e de São Paulo, reunindo prestigiados solistas e grupos nacionais e internacionais, e especialmente os grupos do Festival, formados pelos bolsistas dessa edição – a Orquestra do Festival, a Camerata do Festival e o Grupo de Música Antiga do Festival.

Como novidade, o 50º Festival de Inverno de Campos do Jordão terá dois eixos: Clássico e Sinfônico Popular. O programa clássico tem a curadoria da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, e o programa de concertos na linha popular-sinfônico tem a curadoria da Orquestra Jazz Sinfônica, que assim como a Osesp, é um corpo artístico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo.

Entre as atrações, destaque para o barítono Paulo Szot, os pianistas Nelson FreireArnaldo Cohen Jean-Louis Steuerman, e os regentes Alexander LiebreichGiancarlo Guerrero e Neil Thomson. Na música sinfônica, participam a Osesp, a Filarmônica de Goiás e a Orquestra Sinfônica do Paraná, entre outras orquestras convidadas. E, entre os artistas populares, destaque para Francis HimeLenineCarlinhos BrownDiogo NogueiraSpokToquinhoFafá de BelémMônica Salmaso e Nelson Ayres.

50º Festival de Inverno de Campos do Jordão apresentará mais de 100 concertos – a maioria gratuitos –, realizados tanto nos palcos de Campos do Jordão (Auditório Claudio Santoro, Praça do Capivari, Espaço Cultural Dr. Além, Palácio da Boa Vista, Capela do Palácio, Igreja de Santa Terezinha e Hotel Toriba), quanto da capital paulista (Sala São Paulo).

NÚCLEO PEDAGÓGICO DO FESTIVAL
Novamente concentrado na Sala São Paulo, o núcleo pedagógico recebe 199 bolsistas (193 já aprovados e até seis alunos de regência, que ainda passarão por uma prova final). Os jovens estudantes participarão de aulas e ensaios diários com mais de 50 professores brasileiros e estrangeiros, além de integrar os diversos grupos do Festival, apresentando-se na programação musical do evento ao longo de todo o mês de julho.

PRÊMIOS E BOLSAS
Prêmio Eleazar de Carvalho contemplará o/a bolsista que mais se destacar nessa edição, concedendo a ele/a uma bolsa de US$ 1.400 mil (um mil e quatrocentos dólares) mensais para estudar por um período de até nove meses em uma instituição estrangeira de sua escolha, além de ter cobertas as despesas de translado entre o Brasil e o exterior. A Fundação Osesp poderá premiar outros bolsistas que se destacarem durante as atividades, a definir.

HISTÓRIA

“Oxalá não morra aqui este projeto pioneiro!…”

Num dia limpo e luminoso de inverno, uma pequena multidão acompanha com curiosidade a orquestra que toca ao ar livre. A música se inicia discreta nas cordas, para em seguida travar um diálogo com as madeiras, logo interrompido quando um clima tenso se instala. As cordas graves, os metais e a percussão intensificam a atmosfera que, no entanto, dá lugar a uma melodia folclórica. Os climas se alternam e, de costas para o público, um homem de pequena estatura, têmporas brancas e gestos vigorosos comanda os músicos.

Alguns podem ter ouvido uma melodia familiar: A Marselhesa, hino francês que se contrapõe a temas líricos. Os movimentos do regente se intensificam na medida em que os sons se tornam mais potentes. Até que, na praça lotada, a curiosidade vira espanto. Sem deixar de conduzir a orquestra, o maestro dá sinais para que toquem o sino da igreja. E para que os canhões do exército, trazidos especialmente para a ocasião, deem tiros. O final apoteótico é um estrondoso sucesso.

A praça central da Vila Jaguaribe, núcleo mais antigo da cidade de Campos do Jordão, acabava de ser palco de uma execução especial da Abertura 1812. A peça de Tchaikovsky, escrita em 1882, comemora o fracasso da invasão de Napoleão Bonaparte à Rússia. Habitualmente tocada em salas de concerto, tem os sinos da igreja e os tiros de canhão emulados pela orquestra.

Aquela tarde de 31 de julho de 1976 ficou marcada na memória do então governador Paulo Egydio Martins, mas também na de diversos moradores de Campos do Jordão, bem como na de todos aqueles que a presenciaram. Era o encerramento da sétima edição do Festival de Inverno de Campos do Jordão pelas mãos do maestro Eleazar de Carvalho, diretor do evento.

O clima de euforia e vitória talvez possa ser lido, hoje, como um momento de glória de um festival que cambaleou no início, passou por solavancos e sobressaltos durante toda sua história, mas que estava destinado a ser um marco indelével para gerações de músicos brasileiros. É difícil imaginar, aliás, que outros caminhos teria trilhado a vida musical brasileira sem o Festival de Campos do Jordão.

Trecho extraído do livro comemorativo do Festival de Inverno de Campos do Jordão, publicação que procura recuperar a história do projeto. Seu ponto de partida é o livro Música nas Montanhas: 40 anos do Festival de Inverno de Campos do Jordão, editado pela Santa Marcelina Cultura em 2009. Todo o material, no entanto, foi revisto à luz de novos documentos.

Além disso, uma nova pesquisa mapeou os últimos dez anos do evento.
FAÇA O DOWNLOAD DO LIVRO AQUI.

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